Equilíbrio: a chave da Unilever para a temporada 2012/2013

25/09/2012 às 21:18 | Publicado em Bernardinho, Fabi, Fofão, Unilever | 5 Comentários

Crédito: Luiz Doro/adorofoto/Divulgação

No ano passado, quando as movimentações do mercado terminaram, fiquei com a sensação de que o time da Unilever tinha tudo para ser campeão da Superliga: afinal, o elenco que havia subido ao ponto mais alto do pódio na temporada anterior havia sido reforçado por Sheilla, Mari e Natália, o mito Fernanda Venturini deixara a aposentadoria e Juciely, Valeskinha e Fabi continuavam na equipe. Era, em resumo, um timaço.

Mas, como todo mundo sabe, não foi isso que aconteceu: Natália descobriu uma lesão gravíssima, Mari não atingiu sua melhor forma técnica, Sheilla jogou bem, mas sentiu o cansaço do ritmo puxado e os problemas de saúde da avó e, para finalizar, Fernanda Venturini não se mostrou tão brilhante quanto antes. As demais jogadoras, por sua vez, não conseguiram reverter a difícil situação e o time carioca teve mesmo que se conformar com o vice diante de Osasco, que fez um belo campeonato e merecidamente ficou com a taça.

Tentando retomar o domínio do vôlei nacional, a Unilever apresentou sua equipe da temporada 2012/2013 nesta segunda-feira (24) voltando a uma premissa que muitas vezes fez da equipe campeã: o equilíbrio. Se Osasco tem o melhor elenco, com a base da seleção brasileira como titular, a equipe comandada por Bernardinho faz sua aposta em nomes que já mostraram o seu valor no passado, mas que neste momento estão menos badalados que as rivais de São Paulo.

O passe, que foi um problema seríssimo da Unilever na última Superliga, será executado por uma dupla de respeito: Logan Tom e Fabi. A americana, como se sabe, também se vira muito bem no ataque, mas a função de substituir Sheilla como “bola se segurança” caberá a duas atletas: a canadense Sarah Pavan, uma revelação que no ano passado por a maior pontuadora da Liga Italiana, e Natália, de quem se espera estar plenamente recuperada do problema na canela que ameaçou sua carreira.

A responsabilidade de distribuir as jogadas está com a competente Fofão, que ainda terá as experientes centrais Juciely e Valeskinha como opções de ataque rápido.

Analisando a equipe, vejo um time bem montado, mas que corre alguns riscos. Quem, por exemplo, garante que Natália e Fofão conseguirão ser as mesmas de antes? Nati ainda precisa de muito ritmo de jogo, muito mesmo, afinal está sem disputar partidas há cerca de um ano. A levantadora, por sua vez, pode sofrer com o mesmo problema que afetou Venturini, visto que já tem 42 anos e não jogou na temporada passada por não ter conseguido um contrato que lhe agradasse.

No meio, Valeskinha (1,80 m) e Juciely (1,84m) continuarão com dificuldades no bloqueio diante das adversárias mais altas, mas ganham o auxílio de Sarah (1,96 m), que, por sua vez, terá que se adaptar ao voleibol brasileiro, cujo ritmo de treinamento é bem mais pesado que no exterior. No banco, a aposta está na jovem ponteira Gabi, que se destacou pelo Mackenzie na última Suérliga, e ganhou muitos elogios de Bernardinho, que a vê como um “diamante a ser lapidado” para o Rio 2016.

Olhando os pontos positivos e os negativos, vejo a Unilever um pouco abaixo de Osasco, mas acima do Amil/Campinas e do Sesi. Porém, estamos falando de um time com muito potencial, então não me surpreenderia em caso de um novo título.

E você, como avalia esse elenco da Unilever para 2012/2013? O espaço aqui está aberto, assim como no Facebook.

É possível ver duas matérias sobre a Unilever que publiquei nesta terça (25) no R7 através dos links abaixo:

Unilever se inspira no Brasil nas Olimpíadas para bater o badalado Osasco esta temporada

Bernardinho não se confirma na seleção e nega reconciliação com Zé Roberto

Ping-Pong com Fabíola

09/09/2010 às 12:28 | Publicado em Fabíola, Fofão, Mundial, Seleção brasileira | 2 Comentários
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Única novidade na seleção brasileira feminina em 2010, a levantadora Fabíola surpreendeu ao conquistar, com méritos, a posição de titular durante o Grand Prix. Agora, ela se prepara para a disputa do Campeonato Mundial, onde dividirá com Dani Lins a durão missão de dar prosseguimento aos trabalhos de Fofão e Fernanda Venturini com a camisa amarela.

Conversei com a atleta rapidamente durante o desembarque da seleção feminina, na semana passada. A matéria já foi publicada há alguns dias pela Gazeta Esportiva.Net, mas publico aqui a entrevista em forma de ping-pong. Espero que gostem:

Apesar de o título do Grand Prix não ter vindo, você volta satisfeita com o seu desempenho?
Fabíola: Eu volto, volto feliz pela oportunidade de jogar como titular. Nunca tinha feito uma experiencia internacional como titular e para mim foi muito bom. O grupo inteiro aprendeu muito nesse campeonato e tem muita coisa que a gente precisa acertar nesses dias antes do Mundial. Foi muito bom, valeu muito a pena. Não vencemos, mas ganhamos em outras coisas.

O que você acha que precisa melhorar?
Fabíola: Tudo. Principalmente da forma como estou, tenho que melhorar muito e sempre com este pensamento: melhorar e crescer a cada dia, porque a partir do momento em que você acha que está bom é porque algo está errado.

Mas não tem nada específico que você acredite que mereça maior atenção?
Fabíola:
Em geral a gente vai acertar tudo… a bola da saída, a bola do meio, a bola da ponta. Esses quase dois meses servirão para acertar tudo que tivemos de dificuldade no Grand Prix.

Houve uma conversa que a Fofão poderia voltar para o Mundial. Como é suceder ela e a Fernanda Venturini?
Fabíola:
Se a Fofão voltar, o lugar dela está garantido aqui na seleção porque isso ela conqistou. Caso ela não retorne, eu, a Dani Lins, ou quem quer que seja temos essa responsabilidade. Não tem a levantadora titular, quem estiver bem no momento vai jogar. Entre eu e a Dani, uma tá torcendo pela outra e o que importa é a seleção ser campeã, independente de quem seja a titular.

Áudio: Zé Roberto nega a volta de Fofão à seleção brasileira

01/09/2010 às 19:58 | Publicado em Fofão, Mundial, Seleção brasileira, Zé Roberto | 2 Comentários
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Para que não restem dúvidas, postei no YouTube o áudio de parte da entrevista que o Zé Roberto concedeu na manhã desta terça-feira (31/08/2010) durante seu desembarque em Cumbica após a campanha que culminou com o segundo lugar no Grand Prix 2010.

O trecho acima traz a minha pergunta sobre a possibilidade da volta da Fofão somente para o Campeonato Mundial, conforme se especulou nos últimos dias. Desculpem a qualidade não ser das melhores, mas é possível ouvir de uma forma muito clara que ele nega o retorno. Apesar de o sistema de som do aeroporto ter atrapalhado um pouco, no 0:08 ele responde “nenhuma” quando lhe pergunto se existe alguma chance de a levantadora voltar.

A propósito, a própria Fofão já negou isso diversas vezes, inclusive em seu Twitter oficial. Uma mudança nos planos, portanto, pegará a todos de surpresa.

Eu, particularmente, gostaria de ver a jogadora de volta por toda sua técnica apurada, mas ao mesmo tempo precisamos analisar a situação de uma maneira mais ampla, levando em consideração os Jogos Olímpicos de em 2012. Um retorno de Fofão seria bastante prejudicial neste sentido, já que a possibilidade de ela atuar em Londres com 42 anos é baixíssima. Fabíola, Dani Lins ou Ana Tiemi precisam desde agora ter a experiência da pressão envolvida em um grande torneio e o Mundial é a melhor chance para isso. Além disso, o São Caetano/Blausiegel já provou que sem o passe na mão nem Fofão salva…

Desembarque: a Wolverine, o olé e o volta-não-volta

31/08/2010 às 19:07 | Publicado em Fofão, Grand Prix, Mari, Paula Pequeno, Seleção brasileira, Zé Roberto | 5 Comentários
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Se não fosse um fã falar, a estaríamos esperando até agora (Divulgação/FIVB)

A seleção brasileira feminina de vôlei já está de volta ao Brasil. O time chegou nesta manhã beeem cedo e lá estava a imprensa para recebê-las. Sorridente e de muletas, Paula Pequeno foi a primeira a aparecer e respondeu os questionamentos sobre a possibilidade de corte para o Mundial com o otimismo de quem já passou por situações mais apertadas.

Tantos problemas físicos já a fizeram virar até piada na seleção. “As meninas falam que eu sou filha do Wolverine”, revelou a jogadora quando alguém perguntou se ela se considerava a “Ronalda” do vôlei. Para quem não lembra, ou não acompanhou, o Wolverine tem uma capacidade de recuperação absurda e ossos de adamantium, uma substância ultraresistente.

Enquanto a Paula conversava com os jornalistas, a Mari saiu apressada e deu um “olé” incrível em todo mundo. Eu, particularmente, nem a vi e olha que uma mulher loira, de 1,90m e andando de muletas não é exatamente alguém que passa despercebida. Não sei como, mas nenhum veículo de imprensa sequer conseguiu pedir uma entrevista com ela. E isso que se tratava se um dos personagens mais interessantes desta pauta. Ficamos devendo essa, mas desembarque é complicado porque de repente aparece todo mundo de uma vez e cada um vai para um lado. Tentaremos compensar no futuro.

Quem também estava por lá era o médico Júlio Nardelli, que cuida da seleção feminina. De acordo com ele, tanto Paula quanto Mari estão apresentando uma evolução muito boa e o fato de a atleta do Unilever estar de muletas (e não cadeira de rodas) é um sinal positivo de que a ruptura no ligamento cruzado não foi total. Isso, na verdade, os exames na China já haviam confirmado, mas como se formou um edema grande na região é preciso fazer outra avaliação, que provavelmente será na quinta-feira.

Por outro lado, as duas correm riscos de não jogar o Mundial devido ao pouco tempo de recuperação. “Não dá para uma jogadora atuar em um campeonato deste nível com 50% da forma”, frisou Nardelli. Sinceramente, acredito que Paula conseguirá jogar, enquanto Mari vai precisar passar por uma provação tão difícil quanto a cirurgia no ombro nos tempos de Osasco…

Zé e Fofão garantem: não há chance de volta (Divulgação/FIVB)

A possível volta da Fofão, anunciada pelo Bruno Voloch, também foi tema presente no aeroporto e o Zé Roberto tratou de negar esta possibilidade. “Nenhuma”, respondeu o treinador, de forma contundente, ao ser perguntado por mim se Fofão tinha chance de voltar. “Eu já não falo com a Fofão faz uns dois meses. A última vez que conversamos foi sobre o Fenerbahce. Depois disso, nós não tivemos mais contato algum”, comentou. Ele também ressaltou que tanto Fabíola quanto Dani Lins passam por um processo de evolução, mas garantiu ter gostado da atuação das levantadoras ao fazer um balanço geral.

A Carol, do @largadinhas, falou com o marido da Fofão e ele também negou a volta. No fim da tarde foi a vez do Luiz Montes, do Lance!, ouvir da própria que isso não existe. Imagino que o Voloch tenha uma boa fonte para cravar esta informação com tanta certeza, mas o que eu posso dizer é que, em cinco anos fazendo vôlei, nunca vi o Zé ou a Fofão mentirem.

No máximo, o que eles faziam eram dar uma enrolada, como quando a Venturini pediu para jogar Pequim. E ainda assim, deixavam nas entrelinhas uma dica sobre o que iria acontecer. “Um dos meus critérios para ir a Olimpíada não é ser titular do clube? Então…”, ele me respondeu certa vez, quando perguntei sobre a possível aceitação ou não do pedido. Na ocasião, Fernanda não jogava há cerca de um ano.

O desembarque ainda rendeu algumas aspas da Fabizona, da Fabíola e da Jaque, mas deixemos isso para ao longo da semana.

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