O ataque ficou no hotel

25/08/2010 às 11:47 | Publicado em Grand Prix, Japão, Seleção brasileira, Takeshita | Deixe um comentário
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(Divulgação/FIVB)

A derrota para o Japão na estreia da fase final do Grand Prix pegou a todos de surpresa e pode custar ao Brasil o título. O mais curioso é que as brasileiras perderam justamente no ponto que mais haviam brilhado na vitória sobre as mesmas japonesas três semanas atrás, em São Carlos: o ataque.

Naquela ocasião, Sheilla, Mari e Jaqueline deram um show de cortadas e largadinhas e, juntas, fizeram 40 pontos em três sets. Desta vez, foram 41, mas em cinco parciais e 27 deles foram de Jaqueline, exceção honrosa entre as atacantes. Pior: vindo do banco, Paula Pequeno e Sassá não fizeram um mísero ponto sequer.

Como se não bastasse, as opostas também deixaram seus conhecimentos no hotel. Enquanto Sheilla fez apenas seis pontos e não foi nem sombra da espetacular jogadora que é normalmente, Natália marcou nove vezes e perdeu uma grande chance de substituí-la à altura. Ainda é inexperiente e, por isso, não consegue ser titular da seleção.

Por outro lado, é interessante notar como volta e meia a mineira some do nada em certos jogos. Se fôssemos comparar com o futebol, diria que ela é o Alex, ex-Palmeiras e Cruzeiro: absolutamente talentosa e capaz de jogadas genais, mas que de repente adormece na partida. Em menor escala, o mesmo já havia acontecido na derrota para a Itália na primeira rodada. “Com elas não é força, é inteligência”, resumiu a capitã Fabiana depois do jogo, ao SporTV.

De resto, as centrais foram bem e não acho que a entrada da Dani Lins no lugar da Fabíola mudaria alguma coisa. Também não podemos tirar os méritos do Japão, que vem em uma campanha absolutamente inesperada. Chega a irritar o quanto elas defendem. A levantadora Takeshita, então, nem se fala o quanto joga…

Para fechar, só achei desnecessária a alfinetada do Zé Roberto na Mari depois da partida, também ao SporTv (“A Jaqueline foi muito bem, marcou 27 pontos, mas a outra ponteira (Mari) marcou apenas nove. A situação ideal é o equilíbrio entre as jogadoras”), até porque ela não foi a única a atuar mal hoje.

 

Climão na coletiva da Polônia (Divulgação/FIVB)

Enquanto isso…

– Os EUA conseguiram uma bela virada sobre a Polônia, que chegou a ter três match points, e venceu por 3 a 2. Ridícula, porém, a atitude do técnico Jerzy Matlak foi ridícula: além de trocar atletas quase como uma metralhadora giratória, ele virou as costas para as atletas, quando elas mais precisavam, durante a virada.

– Já a Itália se impôs sobre a China e venceu por merecidos 3 a 0. Será que as chinesas vão mesmo dar vexame em casa?

– Tem matéria nova sobre o desembarque dos meninos na Gazeta Esportiva.Net. É o Murilo falando sobre o casamento com a Jaqueline e como isso o tem ajudado em quadra.

Japão líder. E se a Takeshita jogasse pelo Brasil?

15/08/2010 às 12:22 | Publicado em Grand Prix, Japão, Takeshita | 3 Comentários
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Com Takeshita vestindo uma outra camisa amarela, Fofão finalmente poderia ficar em paz (Foto: Divulgação/FIVB)

O adiamento da rodada de Macau do Grand Prix (aliás, só eu fiquei sabendo apenas na hora do jogo?) provocou uma situação curiosa na tabela: neste momento o Japão é o líder do Grand Prix! Mais: dependendo do resultado do jogo Brasil x China, elas fecham a segunda rodada na frente.

Em seis jogos, o time teve apenas uma derrota, aquela em São Carlos para as brasileiras. Em compensação, venceu Taiwan (2x), Itália e Alemanha. A se considerar que as nipônicas jogam em casa na última rodada, diante de República Dominicana, Itália e Holanda, são muito grandes as chances de elas estarem na fase final da competição, daqui a duas semanas, na China.

Curiosamente, o time é comandado por uma jogadora menor que eu, a levantadora Yoshie Takeshita, de apenas 1,59m. A despeito da baixa estatura, ela possui uma habilidade impressionante, como tive o prazer de acompanhar in loco em São Carlos. Além disto, não é incomum vê-la se jogando no chão para salvar bolas complicadíssimas. E conseguindo.

Supostamente, a Takeshita não tem condições de ajudar no bloqueio, mas na vitória por 3 a 0 sobre Taiwan esta madrugada, fez dois pontos assim. É, não dá para subestimar a baixinha, que no Mundial de 2006 não só desbancou as badaladas Feng, Fofão e Lo Bianco para ser a melhor levantadora, como foi eleita a melhor jogadora de toda a competição.

Em um tempo onde quem não tem pelo menos 1,80m já nem passa na peneira, seria muito interessante vê-la jogando pelo Brasil, nem que fosse em uma partida festiva. Com seu volume de defesa e capacidade de distribuir bolas rápidas e precisas, aposto que provocaria um estrago e tanto. O bloqueio? Ah, deixa que Thaísa, Fabiana, Sheilla, Mari se virem…

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